sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Business of business
É reconhecido o gosto do H. por contrariar o senso comum, não confundir com bom senso, que esse não lhe falta. O seu livro "Vende-se Portugal", por exemplo, constitui um alerta sério para práticas públicas irresponsáveis que se traduzem em ataques criminosos aos bolsos dos contribuintes. Este gosto, no entanto, por vezes resvala para um prazer pela polémica pura.
Pensar diferente não tem de significar necessariamente uma opinião diferente. As "empresas saudáveis" não deixaram de o ser por causa das políticas de sustentabilidade ambiental ou de responsabilidade social, que são indispensáveis para a sobrevivência das próprias empresas, para não dizer dos consumidores.
As empresas deixaram de ser saudáveis, entre outros motivos, devido a um sistema de financiamento que não depende(ia) do desempenho de gestão e, nesta medida, é(era) insustentável, o que só por si denuncia toda a argumentação de que aquelas políticas são "outras palermices que tal". Não será necessário recuar até ao relatório do Clube de Roma, "Os limites do crescimento", de 1971, para justificar aquilo que o H. considera como "os vícios e maneirismos caros da responsabilidade social e ambiental das empresas".
O "business of business is business" do Friedman, também da década de 70, tem limites e esses limites são, no limite, os da coesão social e os do próprio planeta. Não escondo, no entanto, que, pelo menos em Portugal, infelizmente, as políticas de responsabilidade social e ambiental das empresas sejam dominadas exclusivamente por objectivos de comunicação (PR) e, nessa medida, se revelem inconsequentes, mas isso já é outra discussão. Em época de crise, as empresas terão de diminuir os gastos supérfluos, apenas espero que comecem pela publicidade tradicional e não pela sua responsabilidade social.
Alguém ainda vê anúncios na televisão?
Pensar diferente não tem de significar necessariamente uma opinião diferente. As "empresas saudáveis" não deixaram de o ser por causa das políticas de sustentabilidade ambiental ou de responsabilidade social, que são indispensáveis para a sobrevivência das próprias empresas, para não dizer dos consumidores.
As empresas deixaram de ser saudáveis, entre outros motivos, devido a um sistema de financiamento que não depende(ia) do desempenho de gestão e, nesta medida, é(era) insustentável, o que só por si denuncia toda a argumentação de que aquelas políticas são "outras palermices que tal". Não será necessário recuar até ao relatório do Clube de Roma, "Os limites do crescimento", de 1971, para justificar aquilo que o H. considera como "os vícios e maneirismos caros da responsabilidade social e ambiental das empresas".
O "business of business is business" do Friedman, também da década de 70, tem limites e esses limites são, no limite, os da coesão social e os do próprio planeta. Não escondo, no entanto, que, pelo menos em Portugal, infelizmente, as políticas de responsabilidade social e ambiental das empresas sejam dominadas exclusivamente por objectivos de comunicação (PR) e, nessa medida, se revelem inconsequentes, mas isso já é outra discussão. Em época de crise, as empresas terão de diminuir os gastos supérfluos, apenas espero que comecem pela publicidade tradicional e não pela sua responsabilidade social.
Alguém ainda vê anúncios na televisão?
A sustentabilidade é um assunto sério, mas tem sido tratada com uma leviandade vaidosa tal, no âmbito da chamada "responsabilidade social", que acaba por ser um contribuinte directo para a insustentabilidade, por via do desperdício.