O
Pew Internet and American Life Project acaba de divulgar um
estudo sobre a utilização das redes sociais nos Estados Unidos com resultados (mais ou menos) surpreendentes:
1. 35% dos adultos americanos mantém um perfil numa rede social (MySpace, Facebook ou LinkedIn), enquanto em 2005 esta percentagem era apenas de 8%, no que representa um aumento, em apenas 3 anos, que não deve deixar ninguém indiferente; entre os 18 e os 24 anos, esta % chega aos 75!
2. 89% dos utilizadores adultos utiliza as redes sociais preferencialmente para manter o contacto com os amigos; não para flirtar, não.
3. 60% dos adultos restringe o acesso à informação que mantém nos seus perfis e 58% selecciona mesmo quem pode aceder a conteúdo específico (fotografias, posts etc), no que, segundo o estudo, revela um pouco a tensão que caracteriza as redes;
4. Se se dividir a utilização pelo rendimento anual, verifica-se que aquela é menor no escalão com um rendimento superior a 75.000 dólares (31%) do que no escalão com um rendimento inferior a 35.000 dólares no qual a utilização atinge os 45%;
5. 37% dos utilizadores verifica o seu perfil diariamente.
Como utilizador assíduo do Facebook, do Flickr, do Twitter, ou do Blogger, não necessariamente por esta ordem, e com níveis de privacidade variados, devo confessar que estas novas formas de comunicação e interacção social me fascinam, pela sua potencialidade, em muitos campos, desde a política à filantropia, passando, claro, pela economia e pela sua manifestação mais visível que é a publicidade.
Se olharmos para o crescimento do Facebook, em Portugal, nos últimos seis meses, não é difícil adivinhar as percentagens que atingiríamos se um estudo semelhante fosse realizado no nosso país. Baixas, seguramente, atendendo aos níveis de escolaridade e de penetração da internet, mas ainda assim surpreendentes e basta olhar para a evolução da blogosfera lusa desde 2003.
Entre os meus amigos, reais, não os virtuais, tenho de tudo, desde aqueles que se recusam a ou nunca entrariam no Facebook ou versão similar, àqueles que aderiram sem quaisquer reservas ou àqueles que o fizeram timidamente, alguns até com alguma vergonha contida, nunca confessada, mas que não resistiram à trajectória.
Entre os desentendimentos e as meias verdades que proliferam pelas redes e pelos blogues, que também são uma rede social - não se
adiciona, mas
linca-se ou
comenta-se -, a verdade é que somos nós, os utilizadores, quem, em última análise, decide a
informação que queremos partilhar e mesmo a veracidade daquilo que expomos, de forma consentida. Expomos demasiado, porventura, pois a natureza humana caracteriza-se por um impulso, muitas vezes incontrolável, para a exibição. E não me refiro à informação pessoal que o Google tem acumulado aos longos destes últimos anos, sem qualquer controlo, pois essa preocupa-me bastante.
Para mim, no entanto, nunca devemos confundir o
post com o
host e defender o contrário seria ingénuo.