sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Facebookers de todo o mundo, uni-vos
O Pew Internet and American Life Project acaba de divulgar um estudo sobre a utilização das redes sociais nos Estados Unidos com resultados (mais ou menos) surpreendentes:
1. 35% dos adultos americanos mantém um perfil numa rede social (MySpace, Facebook ou LinkedIn), enquanto em 2005 esta percentagem era apenas de 8%, no que representa um aumento, em apenas 3 anos, que não deve deixar ninguém indiferente; entre os 18 e os 24 anos, esta % chega aos 75!
2. 89% dos utilizadores adultos utiliza as redes sociais preferencialmente para manter o contacto com os amigos; não para flirtar, não.
3. 60% dos adultos restringe o acesso à informação que mantém nos seus perfis e 58% selecciona mesmo quem pode aceder a conteúdo específico (fotografias, posts etc), no que, segundo o estudo, revela um pouco a tensão que caracteriza as redes;
4. Se se dividir a utilização pelo rendimento anual, verifica-se que aquela é menor no escalão com um rendimento superior a 75.000 dólares (31%) do que no escalão com um rendimento inferior a 35.000 dólares no qual a utilização atinge os 45%;
5. 37% dos utilizadores verifica o seu perfil diariamente.
Como utilizador assíduo do Facebook, do Flickr, do Twitter, ou do Blogger, não necessariamente por esta ordem, e com níveis de privacidade variados, devo confessar que estas novas formas de comunicação e interacção social me fascinam, pela sua potencialidade, em muitos campos, desde a política à filantropia, passando, claro, pela economia e pela sua manifestação mais visível que é a publicidade.
Se olharmos para o crescimento do Facebook, em Portugal, nos últimos seis meses, não é difícil adivinhar as percentagens que atingiríamos se um estudo semelhante fosse realizado no nosso país. Baixas, seguramente, atendendo aos níveis de escolaridade e de penetração da internet, mas ainda assim surpreendentes e basta olhar para a evolução da blogosfera lusa desde 2003.
Entre os meus amigos, reais, não os virtuais, tenho de tudo, desde aqueles que se recusam a ou nunca entrariam no Facebook ou versão similar, àqueles que aderiram sem quaisquer reservas ou àqueles que o fizeram timidamente, alguns até com alguma vergonha contida, nunca confessada, mas que não resistiram à trajectória.
Entre os desentendimentos e as meias verdades que proliferam pelas redes e pelos blogues, que também são uma rede social - não se adiciona, mas linca-se ou comenta-se -, a verdade é que somos nós, os utilizadores, quem, em última análise, decide a informação que queremos partilhar e mesmo a veracidade daquilo que expomos, de forma consentida. Expomos demasiado, porventura, pois a natureza humana caracteriza-se por um impulso, muitas vezes incontrolável, para a exibição. E não me refiro à informação pessoal que o Google tem acumulado aos longos destes últimos anos, sem qualquer controlo, pois essa preocupa-me bastante.
Para mim, no entanto, nunca devemos confundir o post com o host e defender o contrário seria ingénuo.
1. 35% dos adultos americanos mantém um perfil numa rede social (MySpace, Facebook ou LinkedIn), enquanto em 2005 esta percentagem era apenas de 8%, no que representa um aumento, em apenas 3 anos, que não deve deixar ninguém indiferente; entre os 18 e os 24 anos, esta % chega aos 75!
2. 89% dos utilizadores adultos utiliza as redes sociais preferencialmente para manter o contacto com os amigos; não para flirtar, não.
3. 60% dos adultos restringe o acesso à informação que mantém nos seus perfis e 58% selecciona mesmo quem pode aceder a conteúdo específico (fotografias, posts etc), no que, segundo o estudo, revela um pouco a tensão que caracteriza as redes;
4. Se se dividir a utilização pelo rendimento anual, verifica-se que aquela é menor no escalão com um rendimento superior a 75.000 dólares (31%) do que no escalão com um rendimento inferior a 35.000 dólares no qual a utilização atinge os 45%;
5. 37% dos utilizadores verifica o seu perfil diariamente.
Como utilizador assíduo do Facebook, do Flickr, do Twitter, ou do Blogger, não necessariamente por esta ordem, e com níveis de privacidade variados, devo confessar que estas novas formas de comunicação e interacção social me fascinam, pela sua potencialidade, em muitos campos, desde a política à filantropia, passando, claro, pela economia e pela sua manifestação mais visível que é a publicidade.
Se olharmos para o crescimento do Facebook, em Portugal, nos últimos seis meses, não é difícil adivinhar as percentagens que atingiríamos se um estudo semelhante fosse realizado no nosso país. Baixas, seguramente, atendendo aos níveis de escolaridade e de penetração da internet, mas ainda assim surpreendentes e basta olhar para a evolução da blogosfera lusa desde 2003.
Entre os meus amigos, reais, não os virtuais, tenho de tudo, desde aqueles que se recusam a ou nunca entrariam no Facebook ou versão similar, àqueles que aderiram sem quaisquer reservas ou àqueles que o fizeram timidamente, alguns até com alguma vergonha contida, nunca confessada, mas que não resistiram à trajectória.
Entre os desentendimentos e as meias verdades que proliferam pelas redes e pelos blogues, que também são uma rede social - não se adiciona, mas linca-se ou comenta-se -, a verdade é que somos nós, os utilizadores, quem, em última análise, decide a informação que queremos partilhar e mesmo a veracidade daquilo que expomos, de forma consentida. Expomos demasiado, porventura, pois a natureza humana caracteriza-se por um impulso, muitas vezes incontrolável, para a exibição. E não me refiro à informação pessoal que o Google tem acumulado aos longos destes últimos anos, sem qualquer controlo, pois essa preocupa-me bastante.
Para mim, no entanto, nunca devemos confundir o post com o host e defender o contrário seria ingénuo.
3 comentários:
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a união faz o perfil
vai ser uma chatice quando estas coisas sociais falirem. Que é feito da filantropia social das empresas web!
Não te compreendo: tens 35% dos adultos americanos em redes sociais e a subir exponencialmente; em vez de te distraires a vaticinar o fim da brincadeira [http://consumering.blogspot.com/2009/01/rebentar-de-novo.html], deverias estar a ocupar o teu cérebro a pensar como é que esta massa de pessoas totalmente interligada pode ser utilizada para ganhar dinheiro.
Desculpa, mas tem de haver uma forma. Aceito que as redes têm um modelo económico subjacente completamente desastroso, mas antecipar a desgraça é fácil, contorná-la é que é difícil.
Quando não conseguirem deixar de viver em rede, quando sentirem que têm uma contrapartida que é valiosa, só aí os utilizadores vão vencer a resistência a pagar pelos "serviços" lhes são prestados. Não vejo outra forma para a sobrevivência, ou então serão os próprios utilizadores a tomar conta do assunto, vencida que seja a barreira tecnológica.
Olha, eu já pago a minha conta do Flickr há três anos, e não me arrependo, mas apenas porque reconheço que tenho uma contrapartida.
De qualquer modo, o meu post era mais sobre a relevância social e política do fenómeno, e essa não a podes negar.
Desculpa, mas tem de haver uma forma. Aceito que as redes têm um modelo económico subjacente completamente desastroso, mas antecipar a desgraça é fácil, contorná-la é que é difícil.
Quando não conseguirem deixar de viver em rede, quando sentirem que têm uma contrapartida que é valiosa, só aí os utilizadores vão vencer a resistência a pagar pelos "serviços" lhes são prestados. Não vejo outra forma para a sobrevivência, ou então serão os próprios utilizadores a tomar conta do assunto, vencida que seja a barreira tecnológica.
Olha, eu já pago a minha conta do Flickr há três anos, e não me arrependo, mas apenas porque reconheço que tenho uma contrapartida.
De qualquer modo, o meu post era mais sobre a relevância social e política do fenómeno, e essa não a podes negar.