quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Agora a sério

Não me recordo, do alto dos meus 32 anos, de ter vivido um momento histórico tão importante como o de hoje. Dispensava a oração, não pelo meu ateísmo, mas porque se perde legitimidade para determinadas discussões, onde se exige uma separação entre todos sabemos o quê. O início do juramento poderia ter sido um mau presságio, mas no discurso recuperou a força, a concentração e o carisma que o caracterizam. Tendo sido emotivo e emocional quanto baste, conseguiu evitar repetir o refrão "yes we can" e refutar todas as críticas que lhe fizeram ao longo da campanha, como a tendência para o appeasement ou a aversão ao mercado livre. Centrou as questões nos cidadãos e na cidadania e foi capaz de pontualmente galvanizar a audiência que o ouvia rendida. Ao fazer a apologia dos velhos valores dos pais fundadores para satisfazer as novas necessidades e combater os novos problemas recorreu ao conceito de verdade. Faltou, no entanto, argumentar que esses valores funcionam, para além da sua suposta verdade. A energia e o ambiente foram referidos consecutivamente mas o golpe de asa revelou-se quando se dirigiu directamente aos cidadãos dos países islâmicos: irão sempre julgar os seus governos por aquilo que constroem e não por aquilo que destroem.


Temos Presidente, mas não sei por que razão me lembro sempre do Leopardo.



Publicada por Rui Hermenegildo à(s) 02:18 |  

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